sábado, 30 de março de 2013

MENSAGEM: O PODER DO TOQUE (UMA ABORDAGEM CIENTÍFICA E TEOLÓGICA)


O Poder do Toque: Uma Abordagem Científica e Teológica
(Autora: Enfª Patrícia Trasmontano - Blog Gera Saúde)



Caro Leitor,

Há algo que gostaria de compartilhar com você e que faz parte da minha carreira profissional em Enfermagem, mas creio que pode ser aplicado em todo nosso proceder.

Nós somos seres que carecem de cuidados e isto é fundamental à vida como fator de crescimento humano.

Dessa forma, esses cuidados podem ser expressos através de atos de respeito, dignidade, reconhecimento, delicadeza, ajuda, interesse e preocupação com o próximo.

E não há exemplo melhor que o nosso Senhor Jesus Cristo para demonstrar que esses atos são eficazes no acolhimento, transformação, restauração, libertação e cura de uma pessoa.

Vale ressaltar que na Bíblia, um dos meios utilizados por Jesus para expressar o cuidado ao próximo, foi através do tocar: “Tocou então os olhos deles, dizendo: sejas feito segundo a vossa fé. E os olhos se lhes abriram (...).” (Mateus 8:29 e 30)

O tocar e ser tocado por alguém mexe com os sentidos, as percepções, o corpo, a alma e o espírito não só da pessoa tocada, mas também da que toca.

O toque é considerado uma comunicação não verbal, ou seja, faz parte das linguagens corporais. Jesus privou-se de palavras em alguns momentos e, como em Mateus 9:25, por ter apenas pego na mão da menina, que supostamente estaria morta, ela levantou-se.

Logo, pode-se perceber que as mãos também são instrumentos essenciais para o cuidado. O tato é a ligação entre o mundo interior e exterior de forma mais próxima. Por isso, a estimulação tátil é uma necessidade primária e universal, para que o ser se desenvolva saudável e completo.

***A Enfermagem aponta cinco tipos de toque:

1- Acolhedor: aquele que é protetor e solidário. Um exemplo, foi a sogra de Pedro, que ao ser tocada por Jesus, a febre desapareceu (Mateus 8:15);

2- Que repele: aquele que exclui, ignora e não respeita, como maus tratos. Uma pessoa de boa conduta tem aversão a esse tipo de toque!;

3- Instrumental: ligado a procedimentos técnicos, como o uso de “martelo de percussão” que é utilizado para testar o reflexo do joelho e outros;

4- Afetivo: realizado de forma espontânea. Demonstra empatia, apoio emocional e segurança, como um apertar de mãos e um abraço;

5- Terapêutico: Trata de imposição de mãos no intuito de curar. Em uma pesquisa realizada com crianças prematuras pela Doutora em Enfermagem Dollores C., de uma universidade em Nova Iorque, constatou-se um aumento do número de hemoglobinas após consecutivas sessões de imposição de mãos por 10 minutos, resultando-lhes numa evolução do quadro de maturação.

***Querido irmão(ã), qual tipo de toque tens feito ultimamente?

Saiba que Deus tem chamado o Seu povo.

Que tal ir para a prática? 

Verais que serás capaz de realizar tremendas coisas. Deus lhe dá poder para efetuá-las. 
(Bíblia - Mateus 10:1)

Tenha abençoadas experiências com Ele!!!

REPORTAGEM: A GENÉTICA DA FÉ


Espiritualidade: A genética da fé
(Por Carla Aranha. Revista Super Interessante, março 2006)

O biólogo americano Dean Hamer causa polêmica com sua tese de que o código genético de uma pessoa determina o tamanho de sua fé. Mas, afinal, de onde vem a espiritualidade e para que ela serve?


Você às vezes sente uma conexão intensa com todos à sua volta (e não só quando exagerou na bebida ou está desfilando na Salgueiro)? Também tem um forte sexto sentido, acredita em milagres e ama sentir o perfume das flores? Sim? Então, parabéns: você é um ser altamente espiritualizado – ao menos segundo os parâmetros do biólogo americano Dean Hamer, doutor pela Universidade de Harvard e autor do polêmico O Gene de Deus (Mercuryo, 2005), que vem provocando debates no mundo todo.

As perguntas anteriores fazem parte de um questionário criado pelo psiquiatra americano Robert Cloninger, da Universidade de Washington, e utilizado por Hamer para medir o grau de espiritualidade de 1001 voluntários que participaram das pesquisas que deram origem ao seu mais recente estudo. A partir das respostas obtidas, Hamer separou as pessoas que tinham uma pontuação maior ou menor e estudou as diferenças genéticas entre os grupos. Ele acredita ter descoberto um conjunto de genes que tornaria o ser humano predisposto a ter experiências sensoriais, como acreditar em Deus e professar uma religião. Em seu estudo, o biólogo apregoa com todas as letras que o código genético do indivíduo determina o tamanho da sua fé.

Pronto. Estava lançada uma das maiores controvérsias dos últimos tempos. Seu ponto nevrálgico é que, para antropólogos, filósofos e psicanalistas que estudam o tema, a biologia não é capaz de explicar algo complexo como a fé, e muito menos um questionário teria condição de medir o grau de espiritualidade. Para início de conversa, dizem esses estudiosos, a própria definição de fé não é tão simples como pode parecer à primeira vista.

“Existe a crença em Deus, que todo mundo conhece, e também o que chamamos de ‘fé antropológica’, que é a esperança depositada na evolução do espírito humano ou em conceitos como a democracia e a justiça social”, diz Antônio Carlos Magalhães, coordenador de pós-graduação de ciências da religião da Universidade Metodista, de São Bernardo do Campo (SP).

“Nesse sentido, a crença é algo inerente ao ser humano, quer você acredite ou não em Deus. Não podemos esquecer que uma pessoa pode ser ateia e mesmo assim ter essa fé antropológica”, afirma. Segundo Magalhães, querer estudar esse fenômeno com parâmetros matemáticos da ciência provavelmente não vai levar a lugar algum. “Não sou biólogo e não posso julgar trabalhos nessa área, mas existe um consenso de que a espiritualidade tem explicações culturais e psicológicas, e não da ordem da biologia”, diz.

Ciência e espiritualidade

Outros especialistas são menos cautelosos e criticam, para valer, a intromissão da ciência no mundo espiritual. “Estamos falando de um fenômeno social, de algo que foi construído pelo homem, e quem não enxerga isso fica nadando na superfície ou, quem sabe, é movido por outros interesses”, critica Eric Gans, linguista e editor do jornal de antropologia da Universidade da Califórnia, um dos maiores especialistas do mundo em estudos da religião. Ele sabe do que está falando. Os Estados Unidos são líderes em número de pesquisas que tentam ligar ciência e espiritualidade.

Magnatas americanos religiosos vêm destinando milhões de dólares a estudos que buscam provar que o homem é programado para acreditar em Deus. O milionário John Templeton, de 92 anos, é um dos que financiam essas pesquisas – destina cerca de 40 milhões de dólares todos os anos a profissionais e instituições que aceitam a tarefa. Mas dentro do próprio país e no meio médico, há quem erga a voz contra essa onda. “A ciência é uma disciplina que demanda medições precisas de fenômenos, e as dimensões da consciência humana não podem ser medidas dessa forma”, afirma o médico Jerome Groopman, um defensor de explicações mais humanistas para o funcionamento da mente.

Groopman é apoiado por antropólogos, psicólogos e filósofos. Para esses profissionais, a fé, no além ou em nós mesmos, é uma construção da mente, algo extremamente ligado ao próprio desenvolvimento do homem. Sem a invenção da linguagem, por exemplo, sustentam esses especialistas, a espiritualidade não poderia existir. Para complicar, os antropólogos acreditam que tanto a fala quanto a fé e sua representação por meio de rituais teriam surgido ao mesmo tempo. “Afinal, a espiritualidade, que é algo abstrato, não poderia ter aparecido sem que houvesse um sistema de códigos para expressá-la, ou seja, a linguagem”, diz Gans. Na ótica da antropologia, a linguagem e a fé fazem parte da condição humana – sem elas o homem não seria homem. Se a espiritualidade tem uma explicação genética, a fala também precisaria ter.

Enquanto isso, continuam os estudos que investigam a fundo os meandros da espiritualidade, chave para se entender o funcionamento da mente humana. Para a psicologia, a crença no eterno serviu, desde os primórdios, para que o homem superasse alguns conflitos dramáticos e pudesse seguir em frente. Forças maléficas presentes em todos nós, como o instinto assassino e a rivalidade, seriam de alguma forma controladas pela experiência mística. É essa a visão da psicanálise sobre a fé.

Sentimento de culpa

Para os psicólogos modernos, a espiritualidade também foi um bom canal para o homem desaguar a culpa inconsciente causada por sentimentos como a inveja ou o desejo de ter a mãe ou o pai só para si. “Essas culpas, difusas e sem rosto por não serem conscientes, podiam gerar uma grande angústia, capaz até de tornar o homem inapto para o trabalho. Era preciso transformá-la em algo palpável”, afirma o psicanalista francês Jean-Paul Kornobis, da Sociedade de Psicanálise da França. Colocar esse medo primitivo e sem forma no temor a Deus – ou ao Diabo – é um jeito, segundo Kornobis, de controlar um sentimento que, caso contrário, poderia ser altamente paralisante para a espécie humana. “O homem foi encontrando maneiras de contornar suas piores idiossincrasias”, diz o psicanalista.

Na visão dos filósofos, o mais importante é que a conexão com o plano etéreo alivia o medo da morte, que seria a maior fonte de angústia do ser humano. A crença em Deus ajudaria o homem a seguir adiante sem gastar muita energia se preocupando com o momento derradeiro de sua existência. “A fé religiosa oferece certamente esse conforto, além de agregar as pessoas, por meio dos cultos, e fazer com que não se sintam sós”, diz o teólogo e filósofo Deitmar Regensburger, da Universidade de Innsbruck, na Áustria. Ele enumera outras vantagens proporcionadas pela espiritualidade.

A criação de uma ética válida para toda a comunidade, de leis e de regras de conduta que estipulavam até a punição para o defloramento de uma virgem – mesmo quando ele fosse consensual – seriam algumas das conseqüências práticas no dia-a-dia de se ter uma crença comum no plano espiritual. É só lembrar dos Dez Mandamentos e dos parâmetros para a vida em sociedade obedecidos por milhares de judeus, unidos sob a crença no mesmo Deus. “Claro que, se não fosse pela fé, talvez não tivéssemos conseguido viver harmoniosamente e dar prosseguimento a nossa espécie, mas para mim ela vem do campo emocional, e como tal não pode ser explicado pela genética”, afirma Regensburger.

O exercício da espiritualidade, dizem os especialistas, também acabou por reforçar conceitos como a solidariedade, fornecendo mais um mecanismo para o homem viver bem em sociedade. “Ao dividir o corpo de Cristo entre todos, por exemplo, com a hóstia, o homem divide simbolicamente a comida em vez de cair matando em cima dela”, diz o lingüista Gans.

A química do transe espiritual

Neurologista procura Deus no cérebro de religiosos em momentos de intensa devoção.

Para o neurologista americano Andrew Newberg, da Universidade da Pensilvânia, Deus está no cérebro. “Minhas pesquisas indicam que o único modo de compreender o Criador é por meio da química dos neurônios”, afirma. Em 2001, ele revelou os mecanismos da mente humana nos momentos de entrega espiritual. Por meio de tomografia computadorizada, examinou o funcionamento do cérebro de monges budistas em meditação e de freiras católicas durante suas preces.

No momento do transe, a área do cérebro responsável pelo sentido de orientação tem sua atividade reduzida, daí a sensação de desligamento com o corpo relatada por quem passa por profundas experiências espirituais. É o que contam sentir os religiosos que passam por experiências sensoriais. “No momento de uma longa prece, sinto um aquietar da mente, uma sensação de paz interior e elevação espiritual. E também um sentimento de plenitude, como se a presença do Criador estivesse permeando meu ser”, relatou uma freira americana que participou das pesquisas.

Segundo o neurologista, ao estudar a mecânica do cérebro durante os processos de meditação e transe, os cientistas pretendem compreender como as experiências religiosas afetam a psicologia e a saúde do homem. O modelo de funcionamento cerebral poderá explicar, por exemplo, por que as pessoas habituadas a meditar – ou rezar – geralmente não sofrem de depressão, têm pressão normal, baixa incidência de ataque cardíaco e pouca ansiedade.

"Nós não entendemos Deus. Nós o sentimos"


Para Dean Hamer, todos nós –incluindo os ateus – nascemos com o gene da espiritualidade.

O geneticista americano Dean Hamer, do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, vem se especializando em provocar polêmicas – e das grandes. A mais nova ousadia de Hamer foi transportar a genética para o campo da fé. No livro O Gene de Deus, publicado nos Estados Unidos em 2004 e no Brasil no ano passado, o cientista afirma ter descoberto um conjunto de genes que deixaria as pessoas predispostas à espiritualidade. A comunidade acadêmica em peso se levantou contra Hamer.

Alheio às críticas, o cientista diz só ter um ressentimento: não ser carioca, não morar no Brasil e não poder surfar todos os dias. Nesta entrevista a EMOÇÃO E INTELIGÊNCIA, ele conta que é apaixonado pelo Rio de Janeiro e por surfe, tanto que filmou aqui no ano passado o curta-metragem Favela Rocinha Bodyboarders, sem previsão de exibição no Brasil. “Vocês têm tudo, foram abençoados por Deus e pela genética”, brinca ao final do bate-papo.

De onde veio a idéia de que a fé teria uma explicação biológica?

Tudo começou com um estudo sobre preferências e traços de personalidade de fumantes que estávamos fazendo no Instituto Nacional do Câncer. Acabamos ouvindo muitas pessoas, para detectar a relação entre tabagismo e personalidade. Algumas perguntas eram sobre espiritualidade. Detectamos várias pessoas com o mesmo grau de espiritualidade e resolvi estudar o assunto. Analisamos seqüências de genes de 1001 pessoas e descobrimos um grupo deles, batizado de VMAT2, o Gene de Deus, responsável pelo funcionamento de substâncias químicas que levam o homem a transcender o cotidiano e se sentir mais em contato com o plano espiritual.

Como assim?

Estou falando das monoaminas, um grupo de substâncias que engloba, por exemplo, a dopamina e a adrenalina, excitantes naturais, e a serotonina, responsável pela sensação de prazer. As monoaminas também têm papel fundamental na construção da realidade, são elas que dão significado às nossas experiências. O VMAT2 regula as monoaminas e ajuda a determinar como percebemos as alterações da consciência que acontecem, por exemplo, durante transe religioso ou meditação. Somos não só programados geneticamente para sentir alegria, mas para ter experiências místicas. Há variações desse grupo de genes, por isso algumas pessoas são mais espiritualizadas e outras, menos. A constituição genética de uma pessoa tem papel definitivo na determinação do grau de espiritualidade. Nós não entendemos Deus. Nós o sentimos.

Mas onde entra a história de vida de cada um, a educação, o meio ambiente?

Não digo que esses elementos não sejam importantes, mas a genética é a base de tudo, ela é determinante. Também não podemos esquecer que a fé, acionada por esse circuito genético, facilitou a sobrevivência do ser humano nos primórdios da humanidade. A religião também ajudou as sociedades a se organizar, a obedecer a determinados preceitos, a evoluir, em suma, a garantir a perpetuação da espécie humana. E isso sem dúvida se deve à genética.

Antropólogos, teólogos e psicólogos acreditam que a fé e a religião são construções culturais, que nasceram junto com a criação da linguagem. Como o senhor vê essa questão?

O problema é que até hoje não se tinha pesquisado o código genético com o enfoque de se descobrir por que o homem tem fé. Então, ainda sabemos pouco sobre isso. Talvez exista um gene da linguagem. Não acredito que só a genética explique a religiosidade, mas com certeza ela tem um papel muito importante.

E os ateus, eles não teriam o gene VMAT2?

Todos nascemos com ele e temos a predisposição à espiritualidade. Mas exercemos essa capacidade, ou não.

TESTE: Meça a sua espiritualidade

No questionário a seguir, criado pelo psiquiatra americano Robert Cloninger, assinale verdadeiro (V) ou falso (F). Some um ponto para cada afirmação verdadeira e confira o seu grau de espiritualidade:

1. Costumo me sentir conectado às pessoas ao meu redor
V ( ) F ( )
2. Empenho-me em proteger o planeta, os animais e as plantas em extinção
V ( ) F ( )
3. Tenho fascínio por muitas coisas que podem ser explicadas cientificamente
V ( ) F ( )
4. Costumo ter revelações e insights quando estou relaxado
V ( ) F ( )
5. Me sinto conectado à natureza da qual tudo parece fazer parte, como se fosse um único organismo vivo
V ( ) F ( )
6. Sinto que tenho um sexto sentido
V ( ) F ( )
7. Às vezes sinto como se fizesse parte de uma estrutura sem fronteira entre espaço e tempo
V ( ) F ( )
8. Muita gente me chama de “mente ausente”, pois me envolvo tanto no que faço que me esqueço do resto
V ( ) F ( )
9. Costumo ter uma forte sensação de unicidade com as coisas que me rodeiam
V ( ) F ( )
10. Aprendi a confiar mais nos meus instintos do que na lógica
V ( ) F ( )
11. Sinto uma conexão espiritual forte com todos que me rodeiam
V ( ) F ( )
12. Quando me concentro em algo, perco a noção do tempo
V ( ) F ( )
13. Fiz sacrifícios pessoais para fazer do mundo um lugar melhor
V ( ) F ( )
14. Tive experiências que deixaram claro o meu papel na vida
V ( ) F ( )
15. Acredito já ter tido uma percepção extra-sensorial
V ( ) F ( )
16. Em momentos de alegria, tive a sensação profunda de unicidade com tudo o que existe
V ( ) F ( )
17. Às vezes tenho a sensação de ver tudo claramente pela primeira vez
V ( ) F ( )
18. Amo sentir o perfume das flores na primavera tanto quanto rever um amigo querido
V ( ) F ( )
19. Com freqüência me dizem que vivo em outro mundo porque estou alheio ao que ocorre ao meu redor
V ( ) F ( )
20. Acredito em milagres
V ( ) F ( )

Resultado
• 14 pontos ou mais Você marcou o grau máximo de espiritualidade. Pode ser o próximo Dalai Lama.
• De 12 a 13 pontos Você tem bastante consciência espiritual.
• De 8 a 11 pontos Você está na média, como a maioria das pessoas.
• De 6 a 7 pontos Você só acredita vendo, tem pouca fé.
• De 1 a 5 pontos Você é um cético, não acredita em nada que não possa ser provado.

Fonte: Robert Cloninger/Revista Time


ARTIGO: A IMPORTÂNCIA DA PALAVRA DE DEUS NA RECUPERAÇÃO DO ENFERMO


A Importância Da Palavra De Deus Na Recuperação Do Enfermo
(Por Enfermeira Patrícia S.Trasmontano, 04/07/2012- Blog Gera Saúde)


“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas...”.
(Hebreus 4:12)

O adoecer humano traz consigo aspectos a serem observados, examinados e tratados globalmente. Ainda que a ciência, especificamente a médica, possua uma gama de conhecimentos e experiências acerca da promoção, recuperação e reabilitação da saúde, nem sempre correspondem as reais necessidades, e principalmente, quando estão associadas ao espírito. 

É relevante considerarmos que uma pessoa não pode ser compartimentada, ao contrário do que pensam muitos profissionais da saúde, porque o estado de enfermidade afeta tanto à parte física e psicológica, como também, a parte espiritual de uma pessoa. Por isso, se faz necessária a ampliação das possibilidades de solucionar o sofrimento no “Homem”. 

Conforme o que está escrito na Carta aos Hebreus 4:12, a Palavra de Deus é tão“Viva e Eficaz”, que tem a capacidade de  interferir neste “ser” de modo a tratá-lo integralmente, uma vez que o seu Criador o compreende e o conhece além de qualquer racionalidade e potencialidade humana.

A pessoa que vivencia alguma enfermidade por diversas causas, muitas vezes padece com sofrimentos de impotência, perda, medo, estresse, culpa, vazio espiritual e ausência do sentido para a vida ante a morte... Na assistência aos enfermos, há muitos relatos de que eles para aliviarem seus temores, dores e sofrimentos interiores, devido à terapêutica médica e o processo saúde-doença em si, buscam recorrer aos sistemas de apoio, como a leitura da Bíblia e livretos de reflexões, conversas e orações a Deus, ouvir músicas que falam de esperança e coragem, e aceitar visitas de capelães (conselheiros espirituais), para orientá-los. 

Nota-se que quando há abertura para a atuação do poder de Deus, até através do ministrar e exercitar da “Palavra Santa”, conseqüentemente, ocorre a transformação deste ser, uma vez que ele: adere melhor ao tratamento e cuidados prestados; encontra um significado para a vida ou modos de enfrentamento da enfermidade; adquire vontade de viver; passa a ter fé em si mesmo, nos outros e em Deus; cultiva o amor próprio, a aceitação e o otimismo; encontra suporte emocional; entre outros aspectos positivos.

“E indo, pregai dizendo: É chegado o Reino dos Céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.” (Mateus 10:7 e 8)


A Bíblia em toda a sua dimensão narra episódios de extremos males e a resolução de todos eles, como: Esterelidade (Gn 25:21); Hanseníase (2 Rs 5:1-14); Cegueira (Mt 10:51); Atrofia de Mão (Mc 3:1-5); e outras. E ainda, há passagens na História da Humanidade, de pessoas que ao prestarem cuidados aos pacientes, manejavam a Palavra de Deus, no caso, capelães e agentes religiosos. 

Mas  ressalta-se também, os preciosos servos de Deus, espalhados por toda a Terra, que se empenham em levar palavras de Cura, Libertação, Esperança e Transformação aos muitos leitos e lares daqueles que fenecem por uma resposta aos seus conflitos e inquietações.

“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,
e a prova das coisas que se não vêem”.
(Hebreus 11:1)


=> Ide semear a Fé e gerar a Verdadeira Esperança aos que clamam, e que pelo Mover Divino alcançarão a Restauração!!!  

Acesse Bíblia Online:

sexta-feira, 22 de março de 2013

REFLEXÃO: O QUE NA VERDADE SOMOS?


O Que na Verdade Somos?
(Marco Antônio Afonso e Bene Maldonado - Banda Fruto Sagrado)


Não há mais segredos pra esconder
Por que complicar a verdade?
Que adianta apontar o caminho
E seguir outra direção?

Quando mundo tenta nos enxergar,
Será que vê o que realmente somos?

Pra falar do amor
Tenho que aprender a repartir o pão
Chorar com os que choram
Me alegrar com os que cantam
Senão ninguém vai me ouvir...

Se a verdade é tão simples, onde erramos?
Ou o que deixamos de fazer?
Se não há mais segredos,
Por que complicamos?
Poucos entendem a verdade!

Pra fazer diferença não basta ser diferente
De que modo eu mudo a história?
Com discurso ou com ação?

Pra falar do amor,
tenho que aprender a repartir o pão
Chorar com os que choram
Me alegrar com os que cantam
Ninguém vai me ouvir sem amor...

O que na verdade somos?
O que você vê quando me vê?
Se o mundo ainda é mau
O culpado está diante do espelho!

O que na verdade somos?
O que você vê quando me vê?
Pra que serve a luz que não acende?
Não ilumina a escuridão

LIVRO: ESPIRITUALIDADE - UM CAMINHO DE TRANSFORMAÇÃO

Espiritualidade e transformação
(Por Marcio Salgado)




FICHA TÉCNICA

Livro: "Espiritualidade: um caminho de transformação"
Autor: Leonardo Boff
Editora: Sextante
Ano: 2006


RESENHA

Numa época obcecada pela produtividade e o lucro, como esta em que vivemos, os valores éticos se dissolvem na competição diária. O indivíduo, entregue ao mais profundo hedonismo, esquece a sua vida interior, e segue perseguindo prazeres vãos. Contudo, haverá sempre alguma possibilidade de transformação em tudo o que é humano.

O livro “Espiritualidade: um caminho de transformação”, de Leonardo Boff, ensina que, embora o ser humano viva neste mundo de apelos consumistas, pode promover uma reviravolta no seu destino e no dos seus semelhantes, a partir desta percepção interior.
Ele começa por definir o que é, propriamente, espiritualidade. E toma de empréstimo ao monge tibetano Dali-Lama - figura muito presente no contexto deste ensaio espiritual -, a sua definição: “Espiritualidade é aquilo que produz no ser humano uma mudança interior” (p. 13).

O seu despertar começa com a busca dos valores essenciais ao espírito humano, como o amor, a compaixão, a tolerância; ao contrário do que alguns pensam, pode até mesmo prescindir da religião, pois esta relaciona-se aos rituais e aos dogmas, à crença na salvação e na aceitação de alguma realidade metafísica ou sobrenatural.

Com muita sensibilidade, Leonardo Boff distingue dois caminhos para a espiritualidade: o primeiro deles se revela na “comunhão pessoal com Deus que inclui o todo, o segundo, na comunhão com o todo que inclui Deus”(p. 29). Estão aí resumidos os percursos ocidental e oriental.

A seguir, ao citar trechos poéticos de figuras místicas, como São João da Cruz e Santa Teresa d’Ávila, o autor ilustra como se dá o diálogo dos cristãos com o divino. “A relação com Deus é pessoal e dialogal. É um encontro eu-tu, encontro entre desiguais, que pela abertura, a amizade e o amor estabelecem comunhão e inauguram uma aliança”(p. 31).

Leonardo Boff observa que o Oriente fez um caminho diferente, na busca de uma experiência de totalidade, de não-dualidade. Mas, este também é um percurso cheio de mistérios, pois, como diz um mestre budista: “O caminho para dentro é tão perigoso quanto o caminho para fora" (p. 39).

Quando ainda pertencia, formalmente, às hostes da igreja, foi-lhe imposto voto de silêncio por conta de divergências com a doutrina católica. Desnecessário dizer que os verdadeiros religiosos já vivem na sua experiência um natural silêncio. Após deixar o hábito, ele prosseguiu como um sacerdote da espiritualidade, da tolerância, da ética e da ecologia.

Leonardo Boff é doutor em teologia e filosofia, pela Universidade de Munique, Alemanha. Atualmente é professor de Ética e Filosofia da Religião, na UERJ. Como professor visitante, ministrou cursos na Universidade de Lisboa, Portugal; Universidade de Harvard, EUA, e outras instituições do exterior. É autor de livros, traduzidos em boa parte do mundo, dentre outros: “A força da ternura” (Sextante, 2006) e “A águia e a galinha: uma metáfora da existência humana” (Vozes, 2002).

REPORTAGEM: MEDICINA CONFIRMA - A FÉ FAZ BEM À SAÚDE


Medicina confirma que a fé faz bem à saúde
Médicos e pesquisadores estão cada vez mais convencidos de que a religiosidade faz bem à saúde.
(Por Marcelo Brasileiro e Carlos Fernandes)


Foi no ambiente monocrômico de um ambulatório médico que o comerciante Cleber Claudinei, de 37 anos, recebeu a dura notícia: sua mulher, Sílvia, 33, internada às pressas com suspeita de apendicite tinha, na verdade, um tumor cancerígeno de 10 centímetros de diâmetro alojado no abdômen. Pior – a doença já entrara na fase de metástase, com comprometimento de fígado e intestino. De modo geral, diagnósticos assim equivalem a uma sentença de morte, cujo cumprimento é apenas questão de tempo.

Evangélico, Cleber preferiu apegar-se à sua fé. Ele pediu aos irmãos da Igreja Internacional da Graça de Deus da zona leste de São Paulo, que o casal frequenta, para que começassem a orar pela cura da companheira. Não por acaso, a denominação dá forte ênfase à contemporaneidade de sinais e milagres como os relatados na Bíblia, sobretudo a cura divina.

Imediatamente, iniciou-se uma campanha de intercessão. Silvia foi internada, e no dia seguinte, diante de seu leito, um grupo de crentes fez um breve culto, rogando a Deus por sua restauração. Logo em seguida, a paciente passou por um exame mais acurado, através de tomografia computadorizada. Nenhuma lesão foi encontrada. “Eu glorifiquei o nome do Senhor”, exulta Claudinei. No entanto, mesmo diante dos dois exames – o primeiro, revelando a existência do tumor, e o segundo, demonstrando que ele sumira –, o médico preferiu operá-la. “Ele continuou sem acreditar e quis fazer a biópsia de um fragmento do meu fígado”, conta Silvia. “Precisei ficar no hospital por mais de dez dias”.

Segundo ela, o médico se convenceu de que não havia nada em seu organismo, e embora não tenha usado a expressão “milagre” em nenhum momento, disse não entender como uma paciente internada com diagnóstico de câncer pode ter ficado sã sem qualquer tipo de tratamento.

Histórias como as de Silvia pipocam nas igrejas evangélicas todos os dias. O enredo costuma ser o mesmo: uma doença incurável, médicos céticos e um final feliz, atribuído à ação divina. Mas, se crentes e agnósticos sempre se bateram em torno da questão, de uns tempos para cá tanto profissionais de saúde como os mais empedernidos pesquisadores têm concordado em um aspecto: ainda que, para a ciência, não haja qualquer base científica para dizer que Deus cura doentes, já está comprovado que a crença religiosa – qualquer crença, diga-se – é capaz de promover a melhora da saúde.

Para se ter uma ideia, do ano 2000 para cá, nada menos que 2,7 mil estudos relacionando a espiritualidade à saúde já foram realizados, a maioria deles nos Estados Unidos. E isso, justamente numa época em que, acreditava-se, o avanço da ciência soterraria a religiosidade. Na prestigiada faculdade de medicina da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, funciona o Centro para Espiritualidade, Teologia e Saúde, dirigido pelo médico psiquiatra Harold G. Koenig. Fundador e dirigente do núcleo de pesquisas da instituição, Koenig começou a investigar a ligação entre espiritualidade e saúde no início dos anos 1980.

Desde então, já descobriu, por exemplo, que quem ora todos os dias e frequenta cerimônias religiosas semanalmente tem um sistema imunológico mais resistente, sofre menos com hipertensão e outras moléstias e, mesmo se hospitalizado, tolera melhor os tratamentos e apresenta respostas mais rápidas às terapias do que as pessoas sem religião.

Estudos do gênero têm sido publicados sistematicamente em publicações especializadas internacionais, como as revistas Nature, Science ou Lancet. “Quando você tem pacientes que lhe dizem como sua fé faz diferença em suas vidas ou que estão vivas graças a ela, é difícil argumentar intelectualmente”, diz Koenig.

Interesse acadêmico – Cada vez mais, essa intrigante relação entre a espiritualidade e a saúde física tem saído do terreno da especulação para ocupar o centro de um debate acadêmico. No Brasil, o tema também atrai atenção. Nos últimos anos, diversos estudos realizados aqui dão conta dos efeitos profiláticos e terapêuticos desse santo remédio que é a fé. Um deles foi desenvolvido conjuntamente pela Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp, e a Universidade Católica de Pelotas (RS).

A pesquisa investigou a relação entre bem-estar espiritual e distúrbios psiquiátricos e concluiu que, quanto maior a prática religiosa, melhor é a saúde mental do indivíduo. O levantamento abordou os hábitos religiosos e o estado de saúde de 464 pessoas, e, a partir das análises dos resultados, os pesquisadores concluíram que existe estreita relação entre eles. “Indivíduos com bem-estar espiritual baixo apresentaram o dobro de chances de possuir transtornos psiquiátricos”, diz a pesquisa, lembrando que a literatura médica vem destacando as evidências de que a espiritualidade seria um fator de proteção do organismo. “Em pacientes idosos com câncer, esse bem-estar espiritual representou um fator de proteção, estando relacionado a atitudes positivas de combate à enfermidade”, enfatiza a pesquisa.

“Nossas pesquisas apontam que esta relação é, em sua maioria, saudável e que a fé faz bem ao paciente”, concorda Alexandre Moreira de Almeida, fundador do Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde (Nupes) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG). Um dos maiores pesquisadores brasileiros da área, Almeida obteve seu doutorado em psiquiatria orientado por outro expert no assunto, o evangélico Francisco Lotufo Neto, psiquiatra e coordenador do Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos, o Neper, da Universidade de São Paulo (USP). Moreira explica que, no Nupes, a proposta é estudar a histórica relação da medicina com a espiritualidade.

“A comunidade médica está mais interessada neste tipo de pesquisa”, garante. Como exemplo, ele cita a publicação de um suplemento na revista Psiquiatria Clínica da USP. “É a primeira publicação, em língua portuguesa, de um material em uma revista cientifica que contemple as questões da espiritualidade e da saúde”, observa.

Para ele, outro exemplo deste interesse são os trabalhos de capelanias hospitalares, tipo de serviço em que os evangélicos se destacam. “Os profissionais médicos estão mais receptivos para entender a religião dos pacientes e trabalhar em conjunto com os religiosos no tratamento das doenças”, destaca.

Entusiasta das recentes descobertas científicas que comprovam os benefícios na saúde das pessoas que vivenciam uma fé, o médico Franklin Santana Santos, orientador do curso de pós-graduação na Faculdade de Medicina da USP, investiga os efeitos neurobiológicos da fé. Sua especialidade, a geriatria, o coloca em contato constante com pacientes idosos, para quem a morte é uma perspectiva real. E, mesmo nessas condições extremas, o médico tem observado os efeitos terapêuticos da religião. Ele já propôs, por exemplo, terapias de intervenções espirituais. “São reuniões de leituras da Bíblia, de oração. Não podemos medir quanta fé tem a pessoa, mas podemos quantificar seu comportamento, sua frequência à igreja, a quantidade de orações que faz e coisas nessa linha”.

Franklin reclama que sua linha de pesquisa é vista com certo preconceito entre os médicos brasileiros. “Muitos desconhecem as inúmeras associações positivas da espiritualidade e saúde. Outros consideram esse ramo como uma ciência de menor valor”, comenta. “Na verdade, a fé cura, mas é coadjuvante. O que as pesquisas demonstram é que a crença, associada ao tratamento médico, produz bons resultados. Mas eu nunca prescreveria somente o tratamento espiritual”, assegura o professor, que é adepto do espiritismo e ministra curso de tanatologia (educação para a morte) na Faculdade de Medicina da USP. O bem-estar geral do indivíduo é um dos resultados da devoção, segundo ele. “Uma pesquisa, realizada por professores de Campinas, demonstrou que os que oram pedindo perdão por seus pecados, por exemplo, conseguem controlar de forma melhor as pressões sofridas”.

Soberania de Deus

Presidente da Associação de Capelania Evangélica Hospitalar (ACEH), a capelã Eleny Vassão de Paula Aitken, ligada à Igreja Presbiteriana, tem prestado assistência espiritual a milhares de pacientes internados em seus 25 anos de trabalho. Já presenciou diversos casos de curas divinas – “Inclusive, de pacientes contaminados pelo vírus da Aids”, diz –, mas observa que, mesmo quando o milagre não acontece de maneira tão direta, a fé remove montanhas de problemas.

 “Os doentes que confiam em Deus encaram melhor o tempo de hospitalização, colaboram com os tratamentos prescritos e encontram sentido no sofrimento e na morte”, enumera. Eleny acrescenta que algumas pesquisas mostraram até mesmo que as pessoas religiosas sangram menos durante cirurgias e recuperam-se em menos tempo em relação a pacientes com patologia semelhante.

“A fé melhora o estado clínico dos doentes”, faz coro o pastor Eudóxio Mendes dos Santos, capelão do Hospital Presbiteriano Doutor Gordon, em Rio Verde (GO). Em sua rotina de visitas diárias pelos 120 leitos do hospital, Santos tem confirmado a tese na prática. Crente convicto, ele não abre mão de orar pelos doentes – por isso mesmo, sempre tem um testemunho quentinho para contar, como o caso de uma moça de 14 anos, ocorrido poucos dias antes de o pastor atender a reportagem de CRISTIANISMO HOJE.

“Devido a um problema cardíaco grave, ela teve que seguir para um centro mais equipado, em Goiânia. Lá, o diagnóstico foi confirmado. Nós reunimos as igrejas e começamos a orar por ela”. De acordo com Santos, os médicos não encontraram no coração da menina, durante a cirurgia, nenhum dos danos revelados pelos exames.

O oncologista Célio Galante, presidente da União Nacional Evangélica da Saúde, já teve a satisfação de ver alguns de seus prognósticos mais sombrios caírem por terra. Ele atua no Serviço de Radioterapia da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte (MG), por onde passam muitos pacientes desenganados. O médico conta já ter vivenciado curas que, como profissional, nunca conseguiu explicar. “Eu mesmo fui curado de duas enfermidades, sendo que uma delas vinha comigo desde infância e perdurou até meus 48 anos de idade, obrigando-me ao uso constante de medicamentos”, conta. “Devemos orar pelos enfermos. A doença é uma ótima oportunidade para Deus agir com amor e poder na vida de uma pessoa”, prega. 

Profissional experiente, com 36 anos de carreira, Galante diz que os piores momentos na vida do médico são quando seus esforços para curar um paciente não dão resultados. Pior ainda quando o profissional é crente em Jesus. “Essa situação nos traz certa frustração, pois sempre queremos que Deus aja conforme nossa vontade. Mas não podemos nos esquecer que o Senhor é Soberano sobre todas as coisas”, sentencia.

Cura plena

Para o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Cristo, Wilson Bonfim, separar a vida profissional da espiritual é um erro, principalmente no caso dos profissionais da área médica. “A relação entre religião e saúde já foi demonstrada cientificamente”, afirma. Membro da Igreja Metodista na cidade do Rio de Janeiro, o cirurgião já presenciou curas inexplicáveis sob a ótica puramente orgânica.

“Creio firmemente que Deus pode curar qualquer enfermidade”, frisa. Ele explica que, nos círculos médicos, episódios desse tipo são referidos como fruto do chamado “efeito placebo” – isto é, atribui-se a melhora do paciente a uma predisposição psicológica favorável, que acaba melhorando seu quadro. “Além disso”, acrescenta, “a legislação que nos rege impede que o médico declare que uma cura foi resultado de uma ação sobrenatural ou divina”, ressalva.

Ciente de suas responsabilidades, Bonfim diz que não aborda aspectos religiosos na sua relação com os clientes – a menos, é claro, que estes se mostrem dispostos a ouvir sua palavra. “Quando se dá espaço para a fé, mas sem se abrir mão do profissionalismo e da ética médica, os pacientes não ficam incomodados. Ao contrário, sentem-se melhor e mais confiantes”, afirma. Para ele, é preciso reencontrar o verdadeiro lugar da religiosidade na busca pela saúde. “A grande efervescência mundial pós-moderna que contra-atacou o cientificismo moderno iluminista pode ajudar nesse processo”, prevê. “Em especial, resgatar o papel da nossa fé cristã na cura plena”.

Bem mais prática é a abordagem com que a pedagoga Sheila Nunes, 41 anos, refere-se à cura pela fé. “Meus filhos estão aqui, como prova do milagre”, diz, apontando para Marcos Henrique, de 10 anos, Giovanni Lucca, 7, e o pequeno Guilherme Matheus, de apenas um ano de vida. Até os 30 anos de idade, ela era portadora de uma enfermidade ginecológica denominada ovário policístico, que a impedia de engravidar. Segundo os médicos, seria necessário submeter-se a um longo tratamento ou a uma operação. Nos dois casos, o sucesso era incerto.

Sheila virou habitué nos consultórios. Mas, ao mesmo tempo, iniciou uma batalha em oração. “Um dia, na igreja, meu pastor revelou que Deus estava curando mulheres com problemas nos ovários”, lembra comovida. Na consulta seguinte, ela viu o resultado de sua fé. “O ginecologista, surpreso, me perguntou sobre a operação que eu tinha feito. Expliquei que não tinha realizado nenhuma cirurgia, mas ele afirmou que havia uma cicatriz no meu útero e que os cistos não estavam mais lá”, conta Sheila, ao lado do marido Marcos de Palma Nunes e da prole. Para eles, assim como para outros milhões de crentes, não resta a menor dúvida de que a fé faz bem à saúde.

Os benefícios de se crer

• Nas universidades de Iowa, Stanford e Duke, todas nos EUA, um levantamento incluindo dados de 42 pesquisas, com o total de 126 mil questionários respondidos, concluiu que quem freqüenta cultos e pratica uma religião vive, em média, 29% a mais do que as pessoas que não possuem nenhum tipo de fé;
• Estudos da Academia Americana de Neurologia associaram “comportamentos religiosos” com uma progressão mais lenta nas doenças;
• Pacientes portadores de vírus HIV e que mostraram um aumento na espiritualidade após o diagnóstico tiveram diminuição da carga viral – fator determinante no combate às infecções oportunistas – e uma evolução mais lenta dos malefícios associados à Aids;
• Tratamentos que causam grande desconforto físico, como a quimioterapia e a radioterapia, são melhor tolerados por doentes que professam alguma fé religiosa;
• Ao contrário do que se poderia imaginar, pacientes que crêem na possibilidade de cura sobrenatural costumam seguir com mais rigor a medicação prescrita;
• De um modo geral, membros de comunidades religiosas costumam receber muitas visitas quando internados, o que melhora sua auto-estima e produz resultados benéficos à saúde;
• O nível de estresse dos pacientes terminais é menor naqueles que acreditam na vida após a morte.

FONTE DE PESQUISA:

BRASILEIRO, Marcelo; FERNANDES, Carlos . Medicina confirma que a fé faz bem à saúde. REVISTA CRISTIANISMO HOJE. Publicada em 28/07/2008. Disponível em: (http://www.cristianismohoje.com.br/artigo.php?artigoid=34231).